Em maio deste ano, o Rio Grande do Sul enfrentou uma das piores tragédias naturais de sua história, com enchentes devastadoras que deixaram mais de 600 mil pessoas desabrigadas.
Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Fisioterapia (Assobrafir) mobilizou esforços significativos para auxiliar as vítimas e prestar assistência essencial.
Fabrício Fontoura, diretor da Assobrafir regional do Rio Grande do Sul e coordenador de pós-graduação da Faculdade Inspirar, explicou as medidas implementadas pelos fisioterapeutas no desastre e destacou o papel fundamental da associação na recuperação das vítimas.
Mobilização e Voluntariado
Desde o início das enchentes, no dia 3 de maio, a Assobrafir iniciou um contato direto com sua sede nacional e regional, buscando apoio para as ações emergenciais.
“Começamos a organizar eventos e mobilizar recursos para atender às vítimas das enchentes”, relata Fontoura. Uma das primeiras iniciativas foi a criação de um cadastro de voluntários dispostos a atuar nos abrigos que acolhiam os desalojados.
Em apenas três dias, mais de 600 voluntários se cadastraram, mostrando uma impressionante mobilização.
Assistência Remota e Parceria
Para ampliar o alcance do atendimento, a Assobrafir implementou um sistema de fisioterapia remota, proporcionando cuidados online para pacientes que necessitavam de assistência especializada.
Lançamos esse tipo de assistência para garantir o acesso à fisioterapia cardiorespiratória, tanto para adultos quanto para crianças, destaca Fontoura.
Com a crescente demanda por assistência médica, especialmente em abrigos com crianças afetadas por infecções respiratórias como a bronquiolite, a Assobrafir disponibilizou vídeos explicativos sobre técnicas de fisioterapia.
Essa medida visou mitigar os impactos dessas condições de forma eficaz, diante da escassez de insumos e da logística precária.
Colaboração Interinstitucional
A colaboração entre diversas instituições foi crucial para enfrentar os desafios logísticos.
A Assobrafir se uniu ao CREFITO-5 e outras entidades para padronizar cadastros, reconhecer abrigos e promover o teleatendimento.
Atualmente, a Assobrafir atende mais de 90 abrigos, alcançando cerca de 25 mil pessoas.
A parceria com o CREFITO-3 de São Paulo fortaleceu ainda mais as ações preventivas e de recuperação.
Nossa luta é inserir o fisioterapeuta nos locais onde ele é essencial, principalmente na prevenção de complicações respiratórias, enfatiza Fontoura.
Desafios e Avanços
Apesar dos avanços, os desafios persistem, especialmente na manutenção do voluntariado e na logística de entrega de equipamentos.
No entanto, o espírito solidário e a união entre profissionais de saúde e voluntários demonstram a resiliência do povo gaúcho diante da adversidade.
A Assobrafir está comprometida em se preparar para futuros desastres, investindo em capacitação, treinamento e aprimoramento de protocolos de atuação.
As lições que ficam são inúmeras. Primeiro, que estamos despreparados para este tipo de catástrofe.
Segundo, que estamos trabalhando de forma muito ativa com os órgãos competentes, mas principalmente de forma voluntária com o Conselho de Fisioterapia, reflete Fontoura.
Reconstrução e Solidariedade
A solidariedade e o apoio de colegas de todo o Brasil foram fundamentais para enfrentar o momento mais cruel: a reconstrução.
A Assobrafir, ao atuar na linha de frente e coordenar ações de recuperação, demonstra o valor e a importância do cooperativismo e da união em momentos de crise.
Fonte: Agência Brasil / Portalcandói