A Corregedoria da Polícia Científica do Paraná (PC-PR) iniciou uma investigação sobre o médico legista Alcimar José Vidolin, que compartilhou um vídeo nas redes sociais afirmando que a maioria dos casos de violência contra a mulher que atende são denúncias falsas.

Vidolin, que atua como perito oficial em Curitiba e Joinville, Santa Catarina, fez declarações polêmicas, incluindo que “a mulher pode destruir a vida do marido” sem a necessidade de provas ou testemunhas.

Em sua fala, ele também alegou que homens têm sido “humilhados” e que os órgãos policiais estão de “saco cheio” com esses casos. O vídeo encerra com críticas às leis que protegem as mulheres.

De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados quase 160 mil casos de violência contra a mulher no estado, o que representa uma média de 658 ocorrências diárias e um aumento de 4,8% em relação a 2023.

A Polícia Científica do Paraná informou que está em contato com a Polícia Científica de Santa Catarina para compartilhar informações e conduzir a apuração ético-disciplinar do servidor. Em resposta, a Polícia Científica de Santa Catarina confirmou que está adotando as medidas cabíveis para investigar a situação.

Indignação da Comunidade

O Grupo Perícia Mulheres, composto por servidoras públicas da Polícia Científica do Paraná, e o Sindicato dos Peritos Oficiais da Polícia Científica do Paraná (Sinpoapar) expressaram indignação e repúdio às declarações de Vidolin. Em nota, destacaram que é “inaceitável que um perito oficial criminal propague conteúdo que desrespeita os fundamentos da Justiça e os Direitos Humanos”.

A Associação Brasileira de Criminalística (ABC) também se manifestou, apoiando a nota de repúdio e enfatizando a importância do trabalho dos peritos na identificação de lesões e indícios de violência. “Em muitos casos, o exame pericial é a principal evidência que fortalece a denúncia”, finalizaram.

Além disso, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) informou que tomou conhecimento do vídeo e que irá instaurar uma sindicância para avaliar a conduta do perito.

Essas reações ressaltam a necessidade de uma abordagem responsável e ética na investigação de casos de violência, bem como a importância de proteger os direitos das vítimas.

Fonte: G1 Paraná/Portal Candói

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